Blog
Patologias
Síndrome do Piriforme – Compressão do nervo Ciático.
Síndrome do Piriforme é o nome dado à um quadro de compressão do nervo ciático pelo músculo Piriforme, localizado à altura dos quadris na região glútea. É uma disfunção considerada comum nas clínicas de fisioterapia uma vez que é apontado que tal síndrome acomete 6% da população mundial, mais incidente no sexo feminino. Vários fatores estão relacionados às causas de tal quadro, desde um comprometimento articular entre o sacro (osso chato e largo na porção final da coluna) e ilíaco (ossos da “bacia”) até o simples fato de uma pessoa usar carteira no bolso posterior de uma calça e sentar sobre a mesma todos os dias, neste caso a compressão rotineira da carteira sobre o piriforme implica em uma lesão crônica do mesmo, gerando um espasmo permanente do músculo piriforme e consequentemente o pinçamento do nervo ciático. As lesões de útero, alterações L5-S1 (hérnia, artroses, …) e lesão de cóccix são as causas muito observadas. Além destas podemos ainda citar: As lesões desportivas que afetam o quadril são responsáveis por 2,5% dos casos.
- Exercícios excessivos para glúteos observado nas mulheres que buscam um bumbum perfeito. O aumento rápido e exagerado dos glúteos pode causar compressão do nervo ciático.
- Inflamação ocasionada por um trauma.
- Trauma de quadris ou sacro;
Podemos ter uma noção da localização deste músculo se imaginarmos que ele começa na face lateral mais inferior do sacro até a porção mais larga da coxa (perto da articulação do quadril). Neste trajeto há um cruzamento do nervo ciático que vem da coluna (trajeto vertical) com o músculo piriforme que está horizontal na região glútea. Existem 3 formações diferentes deste cruzamento entre nervo ciático e piriforme:
- O nervo ciático passa por baixo do piriforme (mais comum – Aprox. 87%).
- O nervo ciático passa por cima do piriforme. (Raro – Aprox. 1%)
- O nervo ciático passa no meio do piriforme – perfura o músculo.(Mais grave – Aprox. 12%);
Os sintomas apresentados por este quadro são típicos de uma ciatalgia, como:
- Dor na região sacro-ilíaca que desce para a coxa e provoca dificuldade de caminhar.
- Aumento da dor quando o paciente que estava sentado fica em pé ou, ao caminhar, pára repentinamente.
- Dor ao elevar o membro inferior com o joelho estendido e o paciente deitado de costas. (Sinal de Lasegue)
Devemos ressaltar que pelo fato do músculo piriforme estar inserido sobre o sacro (Fixa o sacro), vai comprometer a mecânica da marcha (implica em sintomas mais locais) gerando dor lombar, na articulação do quadril ou ao caminhar, passar da posição sentada para em pé, muito tempo sentado pode causar dor também.Porém se o quadro for observado nos 2 lados (fixação bilateral do sacro), este pode ser mais intenso podendo referir compensações sobre a coluna até o crânio (repercussão de tensão pela dura-máter) favorecendo assim quadros como lombalgias, hérnia discais, enxaquecas, vertigem, disfunções visuais e auditivas.
Existe um mecanismo denominado Crânio-sacro em que estudamos a repercussão de lesões sacrais sobre o crânio, bem como do crânio sobre o sacro, esta repercussão é observada em virtude da meninge Dura-máter em azul na imagem (presente ligando a base do crânio ao sacro) no trajeto da medula espinhal transmitir as tensões imposta por uma lesão de uma extremidade da coluna até a outra. Desta forma justifica-se os casos de uma lesão sacral implicar em um sintoma na cabeça.
No tratamento deste paciente, a intervenção osteopática deve focar na liberação do espasmo do músculo piriforme, articulares, musculares e ósseas, bem como corrigir eventuais compensações do nervo cíático mobilizando-o, sinais estes presentes na avaliação. Normalizar também as tensões e repercussões impostas pela dura-máter ao crânio, consequentemente tratando e normalizando os sintomas e disfunções presentes no crânio.
Costuma trazer alívio imediato dos sintomas ao paciente e da mesma forma normalizando as disfunções antes observadas em algumas sessões (varia de acordo com a gravidade do quadro).
Os problemas de nervo ciático são mais comuns do que imaginamos e são passíveis de tratamento e melhoras significativas, mantenha-se informado e procure tratamento.
FONTE: OSTEOPATIA – Francelo D. R. da Silva